Thursday, July 07, 2011

O substantivo

O substantivo é a classe de palavras que nomeia tudo: as entidades reais e imaginárias, os lugares, os seres em geral, as qualidades, as sensações, as ações, os estados, as características, etc.

caneta, cobra, grama, oxigênio, terra, água, fogo, casa, martelo, tesoura, tecido, cozinha, faca, pato, oxigênio, hélio, hidrogênio, etc.
Enquadram-se nessas substâncias, também aquelas cujo sentido apreendemos só mentalmente:
beleza, brancura, Deus, saudade, feiura, beleza, pobreza, riqueza, produto, distância, preço, prestação, lembrança, saudade, ódio, amor, etc.
os estados:
saúde, alegria, solidão, tristeza, etc.
e os processos:
chegada, saída, facada, compra, venda, etc.

Agora fica mais fácil acrescentar mais exemplos de substantivos:

café, bolacha, grama, terra, leão, animal, céu, Deus, anjo, cachorro, homem, gente, mesa, lousa, ar, atmosfera, hélio, oxigênio, gás, fogo, água, respiração, engasgo, tosse, rouquidão, coração, fígado, rim, etc.

Só para complicar um pouco o que foi dito até aqui, vamos tomar alguns substantivos e acrescentar-lhes algumas qualidades:

  • Beleza pura
  • Alegria infinita
  • Preço alto
  • Atmosfera poluída
  • Amor paternal
  • Deus misericordioso
  • Anjo guardião
  • Cachorro bravo
  • Lousa branca
  • Coração valente
  • Homem forte
  • Mulher elegante

Como reconheço a classe de uma palavra?
Sempre que conseguimos substituir uma palavra por outra, numa frase, e continuar gerando sentido, estamos trabalhando numa mesma classe de palavras:

O cobra matou o rato.
O leão matou o homem.
O menino matou a formiga.
O gato matou o passarinho.
A comida matou a fome.
A fotografia matou a saudade.
O garota matou a charada.

Portanto, pertencem a mesma classe de palavras: cobra, leão, menino, gato, comida, fotografia, garota, rato, homem, formigas, fome, etc. - todas essas palavras são substantivos.

Como os substantivos se classificam em:

Comuns, próprios, concretos, abstratos, simples, compostos, primitivos, derivados e coletivos.

1. Substantivos comuns e próprios

Os comuns encarregam-se de nomeação genérica (planta, flor, cachorro, rio, montanha, pedra, árvore, etc.); os próprios nomeiam individualmente dentro de uma espécie: (Rio Amazonas, Carmen, Paulo, São Paulo, etc.).

2. Substantivos concretos e abstratos

Os substantivos concretos nomeiam os seres, as coisas. Têm existência própria, sejam imaginários ou reais. Costuma-se dizer que os concretos nomeiam seres, idéias e coisas:

ar, água, fogo, lousa, brisa, faca, catálogo, Deus, pensamento, poeira, núvem, mesa, faca, comunidade, vila, capital, convento, guerra, etc.

Substantivos abstratos são de natureza dependente:
escuridão (depende do escuro); clareza (depende do claro); beleza (depende do belo), etc.

Ações formam substantivos abstratos:

colheita, sorriso, saída, etc.

Estado/emoção formam substantivos abstratos:

tristeza, alegria, prazer, cansaço, felicidade, pobreza, caridade, etc.

Deverbais também formam esses substantivos:

explicação (explicar), necessidade (necessitar), beijo (beijar), venda (vender), entrada (entrar), saída (sair), honra (honrar), estudo (estudar), compra (comprar), colheita (colher), poda (podar), eleição (eleger), carinho (cariciar), etc.

Qualidades formam substantivos abstratos:

beleza, feiúra, bondade, prazer, etc.

3. Substantivos simples e compostos

Os simples são aqueles formados por um único radical (couve, homem, pé, azul); os compostos, formados por mais de um radical (arteriosclerose, cor-de-rosa, couve-flor, esquizofrenia, homem-aranha, pé de moleque, toxoplasmose, etc.)

4. Substantivos primitivos e derivados

Os primitivos são aqueles que não são originários de outras palavras (pedra), (muro); os derivados, aqueles que se originam de uma palavra primitiva (pedreiro) (muralha) (mural).

5. Substantivos coletivos

São substantivos comuns, que, embora no singular, representam um conjunto de seres: fauna (conjunto de animais), flora (conjunto de plantas), alcateia, enxame, multidão, batalhão, arquipélago, etc. Ver lista

Formação de substantivos

Além dos substantivos primitivos, existentes naturalmente na língua, pode-se formar novos substantivos a partir de outra palavra:
Um substantivo pode ser formado a partir de um verbo: neste caso, toma-se o verbo, acrescenta-se um sufixo e está formado um substantivo - obviamente, se for aceito. Exemplos:

verbo + sufixo “-ada”: mancar/mancada; tomar/tomada; jogar/jogada, caçar/caçada; coçar/coçada; roçar/roçada, etc.

Verbo + sufixo “-dor”: mancar/mancador; tomar/tomador; jogar/jogador, etc.

Verbo + sufixo “-tor” (formação diferenciada): atuar/ator; cantar/cantor; pintar/pintor, etc.

Nota-se que forma um 'nome de ação' ou 'resultado' de uma ação. (geralmente gera um substantivo abstrato)

Quais funções o substantivo pode exercer na estrutura de uma frase?

O substantivo pode exercer muitas funções:

Pode ser núcleo de sujeito:

As belas flores murcharam.
Maria foi à feira.

de objeto direto:

Quero uma caneta vermelha.
Procurei Maria durante três horas.

de objeto indireto:

Preciso de um caderno novo.
Informamos à Maria que o formulário não estava preenchido corretamente.

de adjunto adnominal:

Casa de pedra vento não derruba.
O caderno da Maria é o mais bonito da classe.

de complemento nominal:

A leitura do livro é questão fundamental aqui.
Temos confiança na Maria.

de aposto:

Mila, a costureira, lembrou-se que não havia costurado a fita.
Ela, Maria, era a atração da festa.

de adjunto adverbial:

Ela gritava de desespero.
Viajei com Maria no verão passado.

de vocativo:

Filho, venha logo!
Maria, corre!

de predicativos:

Ela é uma santa. (pred. sujeito)
Ela ainda é Maria. (pred. sujeito)
Chamavam-lhe Maria. (pred. objeto)

de agente da passiva:

Fomos alfabelizados por essa professora.
Meu filho foi alfabetizado por Maria.

Flexão do substantivo

Os substantivos variam em gênero (masculino/feminino) e número (singular/plural).

A questão do gênero

  1. Os substantivos masculinos, na língua portuguesa, além de designar seres (pessoas, animais) do sexo masculino, também nomeiam: meses, pontos cardeais, alguns acidentes geográficos ( janeiro, março, sudeste, sul, o Rio São Francisco, o Nilo, etc).

  2. Há substantivos que designam o gênero e também o sexo, outros designam somente o gênero:
    atriz – gênero e sexo femininos.
    imperador – gênero e sexo masculinos.
    livro – gênero masculino.
    grama – gênero feminino.

  3. Há também na língua portuguesa substantivos que embora sejam do gênero masculino designam pessoas de ambos os sexos:
    cônjuge – gênero masculino e sexos diferentes (marido e mulher)
    testemunha – gênero feminino e designa ambos os sexos
    girafa – gênero feminino e designa ambos os sexos

A questão do número

Esta questão resume-se em duas formas: singular e plural. De um modo geral, assim se formam o plural das palavras na língua portuguesa:

Regra geral: acrescenta-se 's' ao singular:
homen / homens; menina/ meninas; laranja / laranjas, etc.

No entanto, há diversas formações para constituir o plural dos substantivos. No final deste artigo há uma lista de alguns plurais. Ver ainda artigo específico - Plural dos Substantivos.

O grau do substantivo

Pode-se referir-se a um substantivo na sua forma diminutiva ou aumentativa usando dos critérios: por meio de adjetivo ( forma analítica ) ou por meio de um sufixo (forma sintética).

Os graus têm nomes especiais:

Grau analítico
Quando usa-se palavras para expressar o aumentativo ou o diminutivo - grande, enorme; pequeno, minúsculo:

casa grande, casa enorme, boca enorme, janela pequena, olhos minúsculos, etc.

Grau sintético
O grau sintético, tanto na forma aumentativa quanto na diminutiva, pode ser feito de duas maneiras:

Regular - com sufixos comuns: '-ão' e '-zão' ( para o aumentativo ) e '-inho' e '-zinho' ( para o diminutivo).
Irregular - quando toma outros sufixos '-orra', '-aço', '-ázio', etc. (para o aumentativo) e '-eta', '-icha', '-ola', '-ela', etc. (para o diminutivo).

Exemplos de diminutivos sintéticos regulares: (sufixos '-inho', '-zinho'):
caderninho/ casinha/ melzinho/ mesinha, etc.

Exemplos de diminutivos sintéticos irregulares: (sufixos '-eta', '-icha', '-ola', '-ela', etc):
vareta/ barbicha/ portinhola/ vilela, etc.

Exemplos de aumentativos sintéticos regulares: (sufixos '-ão' e '-zão'):
cabeção/ livrão/ pezão, etc.

Exemplos de aumentativos sintéticos irregulares: (sufixos '-orra','-aço','-ázio','-edo', etc.):
cabeçorra/ fogaréu/ limonaço/ copázio/ rochedo, etc.

Ver artigo sobre Aumentativos e diminutivos

Mudança de consoante para formar o diminutivo

Para formar o diminutivo dos substantivos terminados com as sílabas ca e co, troca-se a consoante /c/ para /q/ ( por questões fonéticas ). ( Aplica-se também às palavras 'carioca', 'maluco', 'minhoca' , etc.)

barco / barquinho; casca / casquinha; cisco / cisquinho, etc.

Plural de alguns substantivos - curiosidades

Pagamos o IPVA .. IPVAs ..
A lâmpada do meu abajur .. abajures ..
Os arqueólogos acharam um fóssil .. fósseis ..
Quantas gravidezes a senhora teve? - Tive uma gravidez.
Quantos tipos de arrozes vocês têm? - Temos apenas um tipo de arroz, senhor.
O zângão está na colmeia ... zângãos estão nas colmeias.
O abacaxi está maduro....Os abacaxis estão maduros.
Giz é feito de cal. Gizes são feitos de cal.

Outros plurais:
chá-da-china / chás-da-china
chá de cozinha / chás de cozinha
chá de panela / chás de panela
chá-dos-jesuítas / chás-dos-jesuítas
chá de bebê – chás de bebê.

Diminutivos de plurais – luzes - luzinhas
Não há diminutivos oficializados na língua para todas as palavras.
Se houver necessidade de colocar no grau diminutivo uma palavra no plural, procure o diminutivo do singular e tente passar para o plural pelo processo natural das palavras. Ex:
luz - luzinha (sing. normal/diminutivo) // luzes-luzinhas (plur. normal/plural diminutivo).
cachorro - cachorrinho (sing. normal/diminutivo) // cachorros-cachorrinhos (plur. normal/plural diminutivo ).

Ver também Sufixos diminutivos '-inho' e '-zinho'

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Friday, May 29, 2009

Sunday, May 06, 2007

(caderno de classe)-
sob orientação prof. Silvana L. Zamproneo

Língua portuguesa

Língua portuguesa
Subordinação: orações encaixadas

Segundo Souza e Silva e Koch (1993,p.93), tem-se:
Subordinação: regras de substituição:
Ele não disse algo. _> Ele não disse se viria hoje.

Coordenação: regras de adição:
Ele não veio e não virá.



Na subordinação tradicional, ocorre o encaixamento de uma oração dentro da oração matriz ou principal.
Tipos de orações encaixadas:
- Completivas (substantivas, na GT): encaixadas no local de um SN em função de sujeito, OD, OI, CN, predic. sujeito e aposto.

- Relativas (adjetivas, na GT): encaixadas na posição de modificadores adjetivais do nome.

obs:
Segundo Souza e Silva e Koch (1993), as relativas restritivas funcionam como S. Adjs e encaixam-se na posição de modificador do nome, equivalendo a um adjunto. As relativas explicativas funcionam como um aposto; nesse sentido, originam-se de frases coordenadas, por isso são incluídas nos casos de coordenação. Assim, temos:

classificação:
(GT Souza e Silva e Koch Funcionalismo)

restritivas subordinação ors.encaixadas ors. encaixadas
explicativas subordinação ors.encaixadas ors. encaixadas

- Circunstanciais (adverbiais): encaixam-se na posição de um SPa modificador da matriz - (SPa = S Adv)

Exemplos:

Completivas:
- Paulo quer ... - algo/ alguma coisa.
- sua preseça.
- que você esteja presente.

- Precisamos de.. algo/ alguma coisa.
sua presença.
que você esteja presente.

Relativas restritivas:
- Falei com a menina - x
estudante de Artes.
que estuda Artes.

Circunstanciais:
- O torcedor ficou sem voz - por uma razão.
- porque gritou demais.
- durante o jogo.

Completivas_-> complementizadores QUE e -R
Complementizador QUE:
regras de transformação:

O O1
↙ ↘ ↙ ↘
SN SV SN SV
↓ ↙ ↘ ↓ ↙ ↘
N V SN N V SN
↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↙ ↘
Eduardo sabe algo ↓ ↓ Comp. O2
↓ ↓ ↓ ↙ ↘
↓ ↓ ↓ SN SV
↓ ↓ ↓ ↓ ↓
↓ ↓ ↓ N V
↓ ↓ ↓ ↓ ↓
Eduardo sabe que Cristina viajou
Complementizador - R:
regras de transformação:

O O1
↙ ↘ ↙ ↘
SN SV SN SV
↙ ↘ ↓ ↙ ↘
N V SN N V SN
↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↙ ↘
↓ ↓ Comp. O2
↓ ↓ ↓ ↙ ↘
↓ ↓ ↓ SN SV
↓ ↓ ↓ ↓ ↙ ↘
↓ ↓ ↓ ↓ V SN
↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↙ ↘
↓ ↓ ↓ ↓ ↓ Det. N
Luís espera (-R) (Luís) vencer as eleições

Azeredo (1995) denomina transpositores os elementos que e se, que introduzem as orações completivas, e transpositores anafóricos os pronomes relativos, que introduzem as orações relativas (ou adjetivas).


Referências bibliográficas:
AZEREDO, José Carlos de. Iniciação à sintaxe do português. 3. ed. Rio de Janeiro:Jorge Zahar , Editor, 1995.
SOUZA e SILVA, Maria Cecília Pérez de, KOCH, Ingedore Grunfeld Villaça. Linguística aplicadea ao português: sintaxe.5.ed. São Paulo: Cortez, 1993.


obs:
recomenda-se a leitura do texto: Souza e Silva e Koch, 1993l, p.93-120 e p. 131-134.



Oraçoes adverbiais
1. Distinguir as orações coordenadas explicativas das orações subordinadas adverbiais causais:
a) Você está nervoso comigo, porque não me disse tchau. (causal)
b) Espere um minuto, que eu já voltol. (explicativa)
c) Mandei-o embora porque assim o quis. (explicativa)
d) Fazia tudo para ser agradável, pois não deixava uma pergunta no ar. (explicativa)
e) Você está nervoso comigo porque não lhe fiz o bolo. (explicativa)

2. Separe a oração principal da oração subordinada e classifique-as:
a) Já que você quer pagar-me, aceito.
b) Vou dizer o que penso, mesmo que me reprimam.
c) Nada é tão belo quanto o amor.
d)Fazia tudo para ser agradável, pois não deixava uma pergunta no ar.
e)Tanto vaiava um quanto aplaudia o outro.
f) Mal o sol fulgia, começavam as toadas das cantigas.
g)
Quanto mais trabalho, tanto mais enriqueço.
h)
Nem que venham agora contra mim o sol e a lua, não recuarei das minhas idéias.
i) Todos estavam exaustos, de modo que foram dormir cedo.
j) Não te irrites, se te pagarem mal um benefício.
l) Já que não pude ser feliz busquei a companhia dessas aves que nasceram livres.
m) Sabe-o leitor tão bem como eu sei.
n) À medida que nos tornávamos íntimos, eu lhe ia contando a verdade.
o) Como fosse tímido, ficou calado o tempo todo.
p)
A sala não era grande como presumi.
q)
Como era tarde, não liguei para você.
r) Maria chorou
tanto que seus olhos incharam.
s)Podem dizer o que quiserem, contanto que não mintam.
t) Como eu ia dizendo, você é um cara legal.
u)É preciso controlar o mosquito para que a dengue não se espalhe.

3. Classifique as orações dos enunciados abaixo:
"Embora as qualidades inatas do indivíduo influam sobre o desenvolvimento da personalidade,| o tipo de influência que exercem |estará condicionado pelos fatores mesológicos|."
-


"Ele prefere ser lançado contra as pedras, ainda que se arrebente todo. Esforça-se na direção do lugar de onde saltou, mas acha longe demais."

"Dudu ficou surpreso e não conteve o riso quando viu a roupa do Tito, que estava suja. Lembrou-se de kque ele próprio estava sujo!"

"Assim que saí de casa, Patrícia, que não conhece meus horários, veio visitar-me."

Friday, September 01, 2006

cadeira de estudante/
Coesão textual
A coesão textual é a conexão, a ligação, a relação entre palavras, expressões ou frases do texto.
Existem elementos que favorecem a coesão textual. Esses elementos dependendo da conexão que acarretam no texto, recebem o nome de anafórico ou catafórico. Os anafóricos, são termos que remetem à palavras, expressões ou frases já ditas anteriormente. Catafóricos, são termos que antecipam, anunciam outros.
Termos anafóricos e/ou catafóricos pronomes demonstrativos, pronomes relativos, certos advérbios e locuções adverbiais, artigo definido, verbos ser e fazer, pronome pessoa de 3a. pessoa,etc